O Brasil sob o governo Lula

[O Brasil sob o governo Lula]

Um retrospecto dos principais marcos do terceiro mandato de Lula

Em janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu a presidência do Brasil, marcando o início de seu terceiro mandato. Desde então, sua administração implementou diversas mudanças no cenário político do país, impactando diretamente nossa economia. 


Neste artigo, vamos retroceder ao início do seu mandato, em 2023, e traçar quais foram seus principais marcos até hoje— quais decisões e iniciativas moldaram nosso cenário político atual. Compreender estas mudanças te ajudará a tomar decisões mais informadas em relação a seus investimentos e se proteger das flutuações da economia. 

 

A primeira metade do mandato


Lula estreou seu mandato assinando uma série de decretos que mudaram significativamente a direção das políticas públicas brasileiras. Revertendo algumas políticas do governo anterior, estes decretos incluíram medidas para restringir o acesso a armas, fortalecer a transparência governamental e reforçar políticas ambientais.


De imediato, a preocupação sobre a direção das políticas econômicas de seu governo gerou desconfiança entre investidores: No dia seguinte à eleição, ações como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) despencaram, caindo em 6% e 4,5%, respectivamente.


No entanto, a eleição de Lula não trouxe apenas notícias ruins: o primeiro semestre de 2023 se mostrou surpreendentemente positivo, com o real valorizando significativamente frente ao dólar e registrando a maior alta para os primeiros seis meses de um mandato presidencial desde 2007. Até o final de junho, o dólar caiu 6,93% em relação ao real, sendo cotado a R$4,85.


Em fevereiro, o governo relançou o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, com uma meta ambiciosa: construir mais de 2 milhões de moradias para famílias de baixa renda até 2026. O programa visava não apenas atender a grande demanda habitacional do Brasil, mas também estimular a economia através de investimentos no setor de construção civil. Ainda com foco nas famílias em situação de vulnerabilidade, em seguida foi anunciada a expansão do programa Bolsa Família, visando atender cerca de 60 milhões de brasileiros.


Em julho, o governo Lula lançou o programa Desenrola Brasil. A iniciativa focava na renegociação de dívidas de pessoas físicas, especialmente aquelas de baixa renda, com o objetivo de diminuir o endividamento geral da população e melhorar o acesso ao crédito. 


Um pouco depois, em agosto, nasceu o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa prometia investimentos de R$1,68 trilhão em infraestrutura, habitação, energia e transporte até 2026. Através destes, o programa buscava revitalizar a economia brasileira com a geração de empregos e melhoria da infraestrutura do país.


O final do ano de 2023 foi marcado por uma das mudanças mais significativas no sistema fiscal brasileiro nas últimas décadas. Em 20 de dezembro, o Congresso Nacional promulgou a Reforma Tributária. A transição para um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual buscava simplificar o sistema tributário do país, reduzir a cumulatividade dos impostos e (espera-se) melhorar o ambiente de negócios. Essa reforma, no entanto, só entrará em vigor em 2026, e ainda há muitas incertezas devido à necessidade de detalhamento por meio de leis complementares. Por exemplo, ações de setores diretamente impactados pela tributação, como consumo e serviços, apresentaram volatilidade.

 

O que vimos em 2024


O foco do governo Lula sobre a faixa mais vulnerável da população brasileira se manteve em 2024. Em janeiro deste ano, o presidente sancionou o programa "Pé de Meia", oferecendo um incentivo financeiro de R$2.000 anuais a estudantes do ensino médio público de baixa renda. O programa é direcionado a alunos de famílias inscritas no CadÚnico com renda per capita de até R$218 mensais, visando reduzir a evasão escolar e incentivar a conclusão da educação básica.


Ainda pensando na educação brasileira, em março, o governo anunciou a construção de 100 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, investindo aproximadamente R$3,9 bilhões. O intuito era criar cerca de 140 mil novas vagas em cursos técnicos integrados ao ensino médio até 2026. 


2024 tem sido um ano turbulento no cenário internacional— de guerras até catástrofes naturais, vários incidentes significativos acometeram o Brasil e o mundo. Em resposta a isso, em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula abordou temas como guerra na Ucrânia, mudanças climáticas, combate à fome, e a necessidade de reforma dos organismos internacionais.


Nesse novembro, houve uma reunião com ministros da área de infraestrutura para avaliar as ações realizadas e planejar projetos para 2024-2026. O foco se manteve em impulsionar o desenvolvimento econômico do país através destas obras de infraestrutura. 


Ainda no mesmo mês, no dia 28, foi anunciado um pacote de medidas fiscais projetadas para economizar R$71,9 bilhões entre 2025 e 2026, com um impacto total de R$327 bilhões até 2030. As medidas incluem mudanças na regra de reajuste do salário mínimo e critérios mais rigorosos para benefícios sociais, visando a sustentabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicas.


Contudo, a reação do mercado financeiro a essas medidas não foi positiva: O Ibovespa caiu 2,4%, atingindo o menor nível de fechamento desde junho, e o dólar bateu um recorde histórico ao ultrapassar a marca de R$6,00. 


Ações de empresas dos setores de varejo e construção civil— sensíveis a políticas fiscais e taxas de juros— sofreram quedas significativas. Por exemplo, MRV&CO (MRVE3) caiu 14,1%, e CVC Brasil (CVCB3) recuou 13,38%


Por outro lado, empresas exportadoras se beneficiaram da alta do dólar. Ações de companhias como JBS (JBSS3) e Suzano (SUZB3) registraram ganhos de 3,35% e 3%, respectivamente, devido à valorização da moeda americana. 

 

Conclusão


Como investidor, entender todas estas transformações é essencial para elaborar estratégias que se alinhem com a nova direção do país. Uma decisão tomada hoje pode impactar o cenário econômico por anos a frente, um novo projeto governamental pode exigir que nós repensemos como investir, e assim por diante— o Brasil está em constante mudança, e estar a par dessas flutuações é indispensável para que sua carteira esteja sempre segura.

 

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