A mente do investidor

Economia comportamental, a ciência que está por trás dos investimentos

A economia comportamental é um campo que estuda como fatores psicológicos, sociais, cognitivos e emocionais afetam as decisões econômicas das pessoas, incluindo as decisões de investimento. Este artigo explora como as emoções podem distorcer a racionalidade econômica e quais são as implicações desses comportamentos no mercado financeiro.


O que é economia comportamental?

A economia comportamental desafia a noção tradicional de que os indivíduos são agentes racionais que sempre agem de acordo com seu próprio interesse econômico. Ela incorpora insights da psicologia para entender por que as pessoas às vezes fazem escolhas aparentemente irracionais, como gastar demais ou escolher investimentos que não maximizam seus retornos.


Os 3 principais aspectos neuroeconômicos na tomada de decisões financeiras

A neuroeconomia é um campo interdisciplinar que une economia, psicologia e neurociência para entender melhor como as pessoas tomam decisões econômicas, incluindo investimentos. Este campo fornece insights sobre por que, mesmo diante de evidências e lógicas claras, as emoções frequentemente influenciam, e às vezes até dominam, nossas decisões financeiras.

  • O cérebro e o risco
    Estudos de neuroimagem mostram que quando os indivíduos são expostos a decisões de risco, como investir em um ativo volátil, áreas específicas do cérebro são ativadas. Duas regiões principais envolvidas são o córtex pré-frontal, que está associado ao raciocínio e planejamento, e o sistema límbico, que processa emoções. A interação entre essas áreas explica como as emoções podem dominar ou influenciar decisões racionais.


Por exemplo, durante uma queda do mercado de ações, o medo e a ansiedade (processados principalmente pelo sistema límbico) podem superar as análises racionais de longo prazo feitas pelo córtex pré-frontal, levando os investidores a venderem suas ações em um momento desfavorável.

  • Resposta ao estresse e aversão à perda
    A aversão à perda é um fenômeno bem documentado na economia comportamental e tem raízes profundas na nossa biologia. Pesquisas indicam que a perda potencial de recursos financeiros pode ativar áreas do cérebro associadas ao estresse e à dor, como a amígdala e o córtex cingulado anterior. Essas reações cerebrais são tão intensas que muitos indivíduos optam por decisões que minimizam perdas, mesmo quando essas escolhas não são ótimas do ponto de vista da maximização de retorno.
  • Efeito da dopamina nas decisões de investimento
    A dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e recompensa, também desempenha importância nas decisões de investimento. Estudos mostram que a expectativa de uma recompensa financeira pode aumentar os níveis de dopamina, o que por sua vez aumenta a propensão ao risco. Isso pode explicar por que alguns investidores continuam a buscar investimentos de alto risco apesar dos perigos potenciais, buscando a "alta" emocional de ganhos financeiros significativos.


Quais emoções moldam as decisões de investimento

Excesso de Confiança: Muitos investidores superestimam suas próprias habilidades de tomada de decisão e conhecimento do mercado, o que pode resultar em decisões de investimento arriscadas sem a devida diligência.

Efeito Manada: O comportamento de seguir a multidão, especialmente em mercados voláteis, pode levar a bolhas econômicas e a quedas acentuadas, pois os investidores reagem ao comportamento de outros investidores em vez de a fundamentos sólidos.


O reflexo dessas emoções no mercado financeiro

Volatilidade do mercado: As emoções coletivas podem induzir a volatilidade significativa nos mercados, como visto durante crises financeiras onde o pânico ou a euforia dominam as decisões de compra e venda.

Preços de ativos: A psicologia do investidor pode levar a avaliações irracionais de ativos, distanciando os preços de suas verdadeiras valorações baseadas em fundamentos.


Como proteger sua carteira das suas emoções

Educação financeira: compreender os princípios básicos da economia comportamental pode preparar os investidores para reconhecer e contrariar seus impulsos emocionais.
Plano de investimento disciplinado: estabelecer e seguir à risca o plano de investimento evita decisões impulsivas baseadas em emoções do momento.
Diversificação de portfólio: mesclar a composição da sua carteira pode reduzir o risco emocional ao não colocar "todos os ovos na mesma cesta".

Conclusão

Aprender sobre a economia comportamental é essencial para qualquer investidor que busca melhorar suas habilidades de tomada de decisão no mercado financeiro. Reconhecer as influências emocionais pode não apenas melhorar a saúde financeira, mas também levar a decisões de investimento mais sábias e fundamentadas.


Autor:

Área de marketing - Flap Capital 03/07/2024 15:53

Quer saber mais sobre investimentos?

Saiba mais sobre investimentos Entre em contato
1147542375865744Política de Privacidade